Se passaram apenas dois dias desde que Max Weinberg voltou da Nova Zelândia depois de 13 meses que renderam 89 shows e algumas das maiores apresentações que já fizeram. Mas ele está pronto para mais. "Se o Bruce ligasse hoje e dissesse 'Vamos tocar por mais seis meses' eu soltaria um grito de euforia. Estaria feliz em fazê-lo. Não tenho essa de "Bem, eu vou pensar no caso"...
A turnê The River foi algo de última hora, certo?
Sim. Bruce me ligou após o Halloween de 2015 e disse que tinha uma ideia. Nós sabíamos da coleção que seria lançada. Ele ligou e disse, "Estou pensando em promovê-la e tocar um pouco por aí." Eu pensei, "Claro, ótimo." Isso resultou em 89 concertos. Essa é basicamente a forma em que trabalhamos nos últimos 40 anos. Planejar 15 ou 30 shows, mas, uma vez que estamos lá, nunca são só 15 ou 30. É muito mais que isso.
Às vezes olho para você no final do show e penso, "Como o Max ainda tem energia para continuar tocando assim?"
Bom, eu agradeço. Não fico cansado. É um negócio engraçado. Posso usar uma analogia esportiva. Conheci um casal torcedor do Chicago Bulls e uma das coisas que eles constantemente dizem é que quando você está jogando com Michael Jordan é uma experiência única, diferente de jogar com qualquer outro. Ele melhora o jogo dos outros. É do mesmo jeito com Bruce. Eu fiz vários outros trabalhos musicais, que foram divertidos e recompensantes, seja tocando numa orquestra ou com uma banda de rock e soul. Mas tocando naquele nível, eu não me canso. Meu coração se adaptou durante os anos, se eu tive uma cirurgia de coração, de câncer ou nas mãos, meu corpo se adaptou ao stress de fazer aquilo por quatro horas por noite.
Uma das coisas que temos conversado ultimamente é o quanto somos afortunados de todos nós na banda estarmos nessa idade e sermos capazes de noite após noite entregar um alto nível de qualidade. Eu vejo nos rostos das pessoas que nos assistem, o compromisso de lutar pela excelência noite após noite. Somos extramente orgulhosos disso. Ficar em forma é muito importante. Eu faço muita natação então meu fôlego é bom. Malho, estou em forma... Isso ajuda muito a tocar bateria.
Quais são seus planos agora que a The River Tour acabou?
Eu nunca faço turnês solo. Toco bastante, mas é tudo para audiências privadas. Basicamente voltando para minhas raízes como baterista de casamentos e bar mitzvá. É isso o que faço. Tenho uma variedade de grupos que toco junto. Um deles é na linha da Stax e da Motown, uma banda de 12 pessoas. Eu tenho uma orquestra de 23 pessoas de música dos anos 50. Ocasionalmente, toco com minha banda estilo Count Basie/Buddy Rich, tocando música que eu adorava quando criança.
Você mencionou uma cirurgia de câncer. Que tipo de câncer era e quando foi isso?
Eu tive câncer de próstata. Sou alguém que é sempre muito proativo sobre minha saúde. Eu fui diagnosticado em junho de 2011, literalmente dois dias após a morte do Clarence, e fiz a cirurgia. Sou um dos sortudos, perguntei ao médico, 'Descobrimos cedo?', ele respondeu 'Bem, não tão cedo assim'.
Por que você fez a cirurgia no coração?
Eu tinha insuficiência cardíaca. Se não fizesse teria uma boa chance de eu ser o cara que certo dia dormiria e não acordasse mais. Fui diagnosticado com esse defeito quando eu estava com meus trinta anos. Não havia muito o que você podia fazer. Encontrei um médico fantástico, o Dr. David Adams. Aquela foi pancada. Cirurgia de 13 horas e seis meses de recuperação. Quando eu toco com o Bruce e a E Street Band agora... sempre foi divertido, mas não acredito que eu sou tão sortudo de estar fazendo isso, que estou vivo e fazendo isso. Vou fazer 66 anos em três semanas e eu estou vivo fazendo isso.
Depois daquelas cirurgias você achou que nunca mais tocaria bateria?
A cirurgia no coração foi tão invasiva que achei que não melhoraria mais. Esse é o tanto que te afeta. Não é como uma cirurgia de ponte de safena. Não estou minimizando a cirurgia de ponte de safena, mas essa foi intensa e me tomou seis meses para eu recuperar minhas forças. Perdi 20 quilos. Foi uma experiência que mudou a minha vida.
É meio louco que você nunca saiba ao certo quando Bruce vai te ligar e dizer que ele quer sair em turnê em alguns meses.
Há um pequeno mito sobre isso. Sei um pouco mais do que isso. Com a The River Tour, é que ele tinha essa coleção. Eu não acho que ele planejava sair e tocar. Eu tinha uma porção de shows marcados. Nils também. Ele tinha uma turnê inteira. Claro, ninguém vai dizer não. Se ele quer fazer algo, você faz. Não há nada mais importante do que tocar com Bruce e a E Street Band, então você faz dar certo. É um pouco mais organizado que isso. Há um monte de logísticas. Ele tem 100 membros na equipe técnica. A The River Tour foi uma benção. Eles todos são uma benção. Primeiro ouvi que ele iria fazer algo, talvez sozinho, e então ele decidiu que seria uma coisa divertida de se fazer.
Alguma ideia do que vem a seguir?
Nenhuma. Eu nem penso sobre. Realmente não. Espero que toquemos de novo, mas não baseio minha vida em torno disso. Faço o que faço. Até hoje, tem dado certo. Depende do Bruce, e se todo mundo fisicamente pode fazer então você faz.
Seja lá o que me leve a tocar bateria é vida. Quando estou sentado lá tocando, tenho 14 anos de idade. Para mim, a recompensa é que me sinto aos 14 anos, mas tenho a experiência de alguém que vem fazendo isso por 60. É uma combinação rara. Sou muito, muito sortudo. Olho em volta, vejo a banda, e eles me inspiram toda noite. Bruce fica bem a minha frente, ou ele sobe e dá um gole de água e isso me inspira. Espero que façamos algo de novo. Não tenho bola de cristal.
Entrevista completa: http://www.rollingstone.com/music/features/max-weinberg-on-bruce-springsteen-health-scares-slipknot-w470361
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